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GUERRA NA UCRÂNIA - Pesca e aquicultura na Rússia já estão sofrendo com as restrições econômicas ao país. BioMar suspende negócios com o país

GUERRA NA UCRÂNIA - Pesca e aquicultura na Rússia já estão sofrendo com as restrições econômicas ao país. BioMar suspende negócios com o país

Data de Publicação: 7 de março de 2022 09:28:00 Todos os funcionários da BioMar na Rússia e na Ucrânia estão sendo mantidos no emprego e apoiados pela empresa, apesar das interrupções nos negócios.

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Carlos Diaz, CEO da BioMar (Foto: Divulgação)

 

Por Antônio Oliveira

As sanções econômicas e de comunicação impostas a Rússia, como retaliação a sua guerra contra a Ucrânia, estão causando transtornos os mais diversas para os russos. Na pesca e na aquicultura não tem sido diferente. Os produtos destes dois setores do país comandado por Vladmir Putin estão sofrendo boicotes em vários países europeus e ao menos um fornecedor de insumos de grande porte anunciou neste final de semana que vai encerrar todas as suas atividades na Rússia imediatamente, “avaliando caso a caso os compromissos e mercadorias em trânsito na cadeia de suprimentos”.

Trata-se do grupo de alimentos da Dinamarca, Biomar. Foi  o que anunciou, neste sábado, 5,  o site norueguês Intra Fish. Ainda segundo o qual, a decisão desta empresa inclui vendas de produtos acabados, bem como o fornecimento de matérias-primas. A decisão é válida para todas as unidades do grupo ao redor do mundo.

Esta decisão, conforme a própria BioMar, “não foi fácil de ser tomada, pois a substituição de matérias-primas e a perda de volumes de vendas terão um impacto significativo.”

- Esta não foi uma decisão fácil, mas como uma empresa impulsionada por nosso propósito e valores, devemos tomar uma posição - disse o CEO da BioMar, Carlos Diaz.

Ainda conforme ele, o grupo não pode colaborar com a Rússia enquanto Putin estiver violando a soberania da Ucrânia, causando uma crise humanitária.

A decisão será submetida à diretoria da empresa e, após a aprovação final, a BioMar começará a encerrar todas as atividades imediatamente.

- Infelizmente, nossa decisão terá um impacto significativo em nossos clientes na Rússia e pode afetar nossos custos de formulação daqui para frente, mas precisávamos traçar uma linha na areia – disse Diaz, conforme o Intra Fish.

Diaz acrescentou que a empresa não culpa o povo russo pela invasão da Ucrânia e “fará o que puder para encontrar soluções para clientes e funcionários.

 

 

 

 

 

Intra Fish anunciou ainda que todos os funcionários da BioMar na Rússia e na Ucrânia estão sendo mantidos no emprego e apoiados pela empresa, apesar das interrupções nos negócios.

A BioMar opera 17 fábricas de ração em todo o mundo na Noruega, Chile, Dinamarca, Escócia, Espanha, França, Grécia, Turquia, China, Vietnã, Costa Rica, Equador e Austrália.

Em todo o mundo, o grupo fornece ração para cerca de 90 países e para mais de 45 espécies diferentes.

A BioMar é de propriedade integral do grupo industrial dinamarquês Schouw & Co, que está listado na NASDAQ, em Copenhague.

Mais boicote

Enquanto isto, ainda conforme o site noueguês, um número crescente de empresas de frutos do mar em todo o mundo se comprometeu a parar de vender e comprar frutos do mar da Rússia, incluindo o gigante de salmão Bakkafrost, a Royal Greenland, os produtores de camarão equatorianos Songa e Santa Priscila e a Icewater Seafoods.

A Young's Seafood, maior fornecedora de frutos do mar do Reino Unido e grande compradora de peixes russos , disse à IntraFish na terça-feira que estava "revisando" sua cadeia de suprimentos, mas não disse se deixaria ou não de comprar produtos russos.

Nutreco manterá vendas

Na sexta-feira, a empresa holandesa Nutreco e sua subsidiária Skretting, maior fornecedora de ração para aquicultura do mundo, disseram que não serão incluídas no compromisso de sua controladora de descontinuar a exportação de produtos para a Rússia.

Entretanto, a  SHV, conglomerado holandês que detém a Nutreco e a Skretting, disse na quinta-feira, 4,  que não realizará novos negócios com a Rússia, incluindo exportações .

- Por enquanto, não serão realizados novos investimentos, novos projetos e novas exportações para a Rússia- disse a empresa.

- Neste momento, continuamos a trabalhar com nossos fornecedores e clientes na Rússia e na Ucrânia, pois acreditamos que, como empresa que atua na indústria de rações e alimentos, é nossa responsabilidade social apoiar a sociedade com um fornecimento contínuo de alimentos -  disse o gerente de sustentabilidade e relações públicas da Skretting, Leif Kjetil Skjaeveland, à IntraFish .

No prego

Na Rússia, a guerra e a retaliação ao país já estão deixando as cadeias produtivas da pesca e aquicultura em situação difícil, como atraso no pagamento de suas faturas.

 

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