ENTREVISTA - “A Semana do Pescado é fundamental para reunir e consolidar o setor em todos níveis”, afirma Øystein Valanes, do Conselho Norueguês da Pesca
Data de Publicação: 12 de agosto de 2021 17:42:00 À convite da redação de PISCISHOW & AVISULEITE, dentro sua série de matérias e entrevistas especiais, oportunas a Semana do Pescado
Por Antônio Oliveira
À convite da redação de PISCISHOW & AVISULEITE, dentro sua série de matérias e entrevistas especiais, oportunas a Semana do Pescado, que ocorrerá entre os dias 1º e 15 de setembro e da qual Cerrado Comunicação, por meio deste site, é uma das apoiadoras, o representante do Conselho Norueguês da Pesca CNP, Øystein Valanes, falou sobre as impressões que a entidade norueguesa tem do Brasil e o do apoio que dá à sua pesca e aquicultura.
- Embora a indústria de pesca e aquicultura seja pequena, quando falamos da produção brasileira de proteínas animais, tenho a certeza de que o setor crescerá para diante - diz.
- No Brasil, onde o consumo é só 9 quilogramas por pessoa por ano, 3 quilos a menos que o volume recomendado pela Organização Mundial da Saúde, o Conselho procura compartilhar informações relevantes para aumentar o consumo do pescado – aponta.
Sobre a Semana do Pescado, o executivo diz acreditar que ela dará um impulso no setor.
- Esperamos conquistar mais consumidores do pescado com a ajuda da Semana do Pescado – fala.
Øystein Valanes também foi questionado sobre o que já se conhece em todo o Brasil e no mundo como “a nova fronteira aquícola brasileira” (região do MATOPIBA) e o imenso vazio que ainda há nos recursos hídricos da região.
Abaixo, os principais trechos da entrevista.
PISCISHOW & AVISULEITE – Instituição de um país bastante desenvolvido na pesca e aquicultura – a Noruega -, qual a visão que o CNP tem da pesca e da aquicultura no Brasil?
Øystein Valanes – Em primeiro lugar, gosto de ver que o engajamento é tão forte dentro da indústria da pesca e da aquicultura no Brasil. Trabalhando juntos, por meio de setores e com o suporte das autoridades é, talvez, o ponto mais importante para ter sucesso. Embora a indústria de pesca e aquicultura seja pequena, quando falamos da produção brasileira de proteínas animais, tenho a certeza de que o setor crescerá para diante.
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Øystein Valanes: "O Conselho trabalha constantemente no todo mundo para divulgar os benefícios saudáveis e de sustentabilidade do pescado"
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PISCISHOW & AVISULEITE – Que contribuição o Conselho que o senhor representa em nosso país dá ou poderia dar à estes dois setores no Brasil?
Øystein Valanes – O Conselho trabalha constantemente no todo mundo para divulgar os benefícios saudáveis e de sustentabilidade do pescado. No Brasil, onde o consumo é só 9 quilogramas por pessoa por ano, 3 quilos a menos que o volume recomendado pela Organização Mundial da Saúde, o Conselho procura compartilhar informação relevante para aumentar o consumo do pescado.
PISCISHOW & AVISULEITE – Na sua opinião, qual deveria ser o caminho seguido pela pesca e aquicultura brasileiras para que o consumo per capta de pescados no Brasil aumente. Qual o peso iniciativas como a Semana do Pescado teria na consolidação do pescado na mesa do brasileiro?
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Øystein Valanes– O nosso pescado tem que ser acessível, atraente e com um preço que corresponde ao poder aquisitivo do consumidor. Isso exige inovação e criatividade para estar no topo do mercado - e avançar sobre o sortimento do nosso maior: o setor de carne. A Semana do Pescado é fundamental para reunir e consolidar o setor em todos níveis – dialogando junto aos consumidores.
PISCISHOW & AVISULEITE – De que forma o CNP contribui para o sucesso da Semana do Pescado?
Øystein Valanes– Vamos compartilhar receitas deliciosas do autêntico Bacalhau da Noruega e criar engajamento tanto para o Bacalhau da Noruega como para o pescado em geral, por meio das nossas redes sociais, como Instagram e Facebook. Esperamos conquistar mais consumidores do pescado com a ajuda da Semana do Pescado.
PISCISHOW & AVISULEITE – No Brasil – e eu acredito que a Noruega sabe disto -, há grandes espaços com as melhores condições de cultivo de peixes, principalmente em tanques-rede, novas fronteiras aquícolas por suas riquezas hídricas dos grandeslagos, como é o caso da região do
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Øystein Valanes, representante do Conselho Norueguês da Pesca no Brasil (Foto: CNP) |
MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), que tem potencial para dobrar ou até triplicar a produção brasileira de peixes de cultivo. Entretanto, ainda é pouco explorada. Conforme a experiência empreendedora norueguesa na aquicultura, o que falta para que esta região dê a sua grande contribuição ao mercado nacional e internacional de peixes de cultivo?
Øystein Valanes – Eu acho importante a colaboração dos players regionais. Particularmente, pensando ao mercado internacional, a exportação pode ser difícil referente ao marketing e à logística. Obviamente, a intervenção das autoridades regionais e nacionais é fundamental para facilitar a produção e comercialização.
PISCISHOW & AVISULEITE – O Brasil, na sua opinião, segue as regras mundiais de sustentabilidade marinha?
Øystein Valanes – Em relação a isso, quero apontar que o Brasil recentemente se junta à Declaração de Copenhague, que tem como objetivo promover ações transnacionais contra o crime organizado na indústria pesqueira. É muito positivo o suporte do Brasil à essa Declaração, que foi iniciada pela Noruega, e que o Brasil se posiciona bem claramente sobre o tema.
PISCISHOW & AVISULEITE – Pergunta valendo para os setores de pesca e aquicultura: durante esta pandemia, como tem sido, em todo o mundo, o comportamento do consumidor em relação ao consumo de pescados?
Øystein Valanes – Para a Noruega, a exportação total foi quase o mesmo comparado com o ano pré-pandemia, em 2019. O volume subiu 2%, enquanto o valor com 1%. O que mudou foram os hábitos dos consumidores: mais produtos congelados, vendas online e, naturalmente, no ano 2020, o pescado foi consumido em casa.
PISCISHOW & AVISULEITE – E no pós-pandemia, qual seria a tendência desse consumidor?
Øystein Valanes – As vendas online vão seguir. Isso significa que a indústria tem que adaptar seus produtos para esse canal de venda: produtos bem embalados, com informação completa de origem e conteúdo. Provavelmente, continuará uma preferência para produtos congelados. Vamos voltar a todos os bares e restaurantes, então, esse setor deve ser uma prioridade para a indústria de pescado.
A região do MATOPIBA tem um vazio muito grande a ser preenchido para a produção de pescados para consumo interno e externo (Foto: Divulgação)
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PISCISHOW & AVISULEITE – Para finalizar: o Brasil é um bom mercado para o pescado que se produz em outros países, principalmente para peixes nobres como o bacalhau e o salmão?
Øystein Valanes – O Brasil é um dos mercados mais importantes para a Noruega. O nosso Bacalhau da Noruega, como o Gadusmorhua, e os peixes salgados secos da Noruega, o Saithe, o Ling e o Zarbo, dependem dos consumidores brasileiros. Sabemos que um aumento do consumo de pescado no Brasil impulsionará uma maior demanda para a salmão. Eu acredito que o mercado brasileiro apresenta uma potencialidade grande para o salmão norueguês.
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PISCISHOW & AVISULEITE – Senhor Øystein Valanes, nós agradecemos esta sua entrevista e lhe franqueamos espaço necessário para algo mais que senhor queira falar em prol da piscicultura brasileira.
Øystein Valanes – Muito obrigado pela oportunidade de contribuir ao PISCISHOW & AVISULEITE – na verdade um prazer para mim. Seguimos todos juntos a fim de promover o consumo do pescado no Brasil!
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