Embrapa e Instituto de Pesca vão implantar rede de pesquisa e monitoramento ambiental da aquicultura
Data de Publicação: 5 de maio de 2021 15:41:00 A Rede regional é parte integrante da Rede Nacional de Pesquisa e Monitoramento Ambiental da Aquicultura em Águas da União
*Da Embrapa Meio Ambiente
A Embrapa Meio Ambiente e a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Pesca, assinaram acordo para a criação da “Rede de Pesquisa e Monitoramento Ambiental da Aquicultura nos Reservatórios da Região Sudeste”. A Rede regional é parte integrante da Rede Nacional de Pesquisa e Monitoramento Ambiental da Aquicultura em Águas da União, instituída pela Secretaria-Geral da Presidência da República em 14 de agosto de 2018, por meio da Portaria nº 153.
O período de vigência é de dois anos e visa aperfeiçoar o uso de tempo e recursos no desenvolvimento de pesquisas científicas e de monitoramento ambiental dos reservatórios regionais utilizados para aquicultura, melhorar a integração dos governos locais, instituições de pesquisa e representações sociais da região Sudeste.
O acordo também pretende subsidiar com informações técnicas o desenvolvimento e ampliação de políticas públicas voltadas à aquicultura, além de criar um fluxo de comunicação mais robusto com a Secretaria de Aquicultura e Pesca (SAP), no sentido de integrar e atualizar os dados de produção de pescado dos principais reservatórios regionais da União.
O Sudeste possui uma vocação natural no cultivo de tilápia e é uma das grandes regiões produtoras do pescado, só atrás da região Sul. Contudo, um dos principais entraves da atividade está na dificuldade de regularização e licenciamento dos empreendimentos.
A pesquisadora Mariana Silveira Guerra, responsável técnica da Embrapa Meio Ambiente no acordo, explica que no estado de São Paulo, especificamente, a questão impeditiva principal para o aumento da produção de tilápia em tanques-rede é o limite de outorgas.
Conforme a pesquisadora, as normas vigentes orientam que cada reservatório da União possui uma determinada capacidade de suporte específica de áreas a serem destinadas à aquicultura, incluindo os parques aquícolas e áreas não onerosas. Por utilizar recursos naturais e ser considerada atividade potencialmente poluidora, a piscicultura está sujeita a obrigatoriedade do licenciamento ambiental, com normas e critérios estabelecidos pelo Conama.
- Existem ainda poucos dados científicos acerca do real impacto da atividade nesses reservatórios. Nesse sentido, o acordo visa, além de obter de dados ambientais robustos sobre a atividade nessas águas, também discutir a revisão da legislação, a respeito dos parâmetros de qualidade de água, com o intuito de tentar simplificar os requerimentos exigidos pela legislação para aprovação de licenciamentos de empreendimentos aquícolas em reservatórios, como alguma das ações previstas.
Já a pesquisadora do Instituto de Pesca Daercy Maria Resende Ayrosa, ressalta que a proposta de criação do acordo da Rede de Pesquisa e Monitoramento Ambiental da Aquicultura oportuniza a possibilidade de ir além de oferecer aos órgãos ambientais, informações sobre monitoramento e possíveis impactos da atividade aquícola nos reservatórios do Sudeste. Conforme explicou, a Rede propõe a constituição de arranjos institucionais locais, visando à integração das pesquisas cientificas e uma robusta formatação de base de dados colaborativa.
![]() |
O Sudeste possui uma vocação natural no cultivo de tilápia e é uma das grandes regiões produtoras do pescado (Foto: Embrapa)
|
Ainda conforme ela, a atual realidade brasileira exige cada vez mais a otimização de recursos financeiros e humanos, bem como a aproximação da pesquisa ao setor produtivo.
- Dessa maneira, um esforço conjunto, interinstitucional, resulta em informações mais realistas e robustas, fornecendo aos órgãos reguladores base técnica-científica para a adequação de normativas e exigências legais relativas aos processos de regularização, que é a cessão de uso e licenciamento ambiental.
Monitoramento
Mariana explica que o acordo para estabelecer a Rede Monitoramento Sudeste possui ligação ao PC de Manejo e Gestão Ambiental do projeto componente do BRS Aqua, considerado o maior projeto de pesquisa da atividade aquícola já realizado no Brasil, e que é financiado pelo BNDES. Segundo ela, uma série de ações estão planejadas e que visam levantar um diagnóstico atualizado dos piscicultores da região em relação à produção, e situação de ocupação das áreas de piscicultura, apontando problemas e recomendações técnicas, estabelecer inventário das alterações das condicionantes dos órgãos reguladores nas licenças ambientais e, por fim, sistematizar um banco de dados com as informações coletadas.
Como explicou a pesquisadora, ainda no ano de 2021, estão previstas ações no reservatório de Chavantes para a coleta de dados físico-químicos e biológicos da água e do sedimento, em complementação de atualização às campanhas realizadas de 2018 a 2020. Mariana explica que Chavantes também conta com a plataforma automatizada de coleta de dados em alta frequência (SIMA), o que, segundo ela, “permitirá monitorar, em tempo real, os parâmetros físico-químicos de qualidade da água, além dos meteorológicos, informações importantes para o manejo da aquicultura”.
*Com edição da Cerrado Comunicação

A ACADEMINA PESQUISA - Nova espécie de peixe das nuvens identificada no Rio Grande do Norte leva nome do presidente Lula
Hypsolebias lulai foi nomeado em referência ao presidente Lula para dar mais visibilidade ao grupo. O peixe, que a população chama de ‘peixes das nuve Saiba Mais +
A ACADEMIA EM AÇÃO - Descoberta de pesquisadores da UFLA oferece solução inédita para o processo de produção de tilápias
Os peixes produzidos com essa técnica são mais saudáveis para consumo humano, o que é um grande atrativo para clientes preocupados com a qualidade dos Saiba Mais +
TAMBAQUI – Pesquisas buscam um peixe sem espinha e de ciclo mais curto
Peixe que vem ganhando o mundo, devido ao sabor do seu filé e costelinha, a espécie deverá ganhar muito mais mercados nacional e internacional a parti Saiba Mais +
IFC 2022 – Organização convoca para submissão de trabalhos técnico-científicos
A Coordenação do Evento Científico do IFC 2022, em cooperação com as instituições organizadoras (UNIOESTE, UNILA, IFPR), informam sobre a submissão de Saiba Mais +Seja o primeiro a comentar!
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Envie seu comentário preenchendo os campos abaixo
Nome
|
E-mail
|
Localização
|
|
Comentário
|
|